“A metodologia existe
na vida.”
(Victor Hugo Limeira)
Foi
no clima de muitas reflexões, diálogo e troca de ideias que, nos dias 28 e 29
de agosto, ocorreu no edifício do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UEMA o
“Grupo de Estudos” com a temática: “Metodologias de Projeto Participativo com
Comunidade”, elaborado pelo EMAU Solar.
O
evento contou com a apresentação de alguns integrantes do Solar que trouxeram
para a discussão diversos exemplos de metodologias que foram e são aplicadas
por EMAUs, escritórios de arquitetura e associações.
No dia 28 foram
apresentados duas metodologias, a primeira pela integrante Marília Amorim que
explicou a de “Projeto Participativo” que foi aplicada na Creche Aprisco pelo
EMAU Canto da UFC ou da Universidade Federal do Ceará, que envolvia a
participação dos funcionários da creche e das crianças, pois por estarem lá
todos os dias eram quem melhor podia apontar as potencialidades e os principais
problemas. Isso foi executado através de atividades desenvolvidas como um questionário
preenchido pelos funcionários, desenhos, além das crianças terem guiado pela
creche os membros do Canto apresentando-a e mostrando em quais partes mais as
entusiasmavam e também as próprias crianças fizeram algumas fotos. Também foi
utilizado como recurso o livro “Arquitetura e Paisagem: projeto participativo e
criação coletiva” da escritora Sylvia Adriana Dobry Pronsato e em seguida
fizeram o levantamento dessas percepções para depois unir em apenas um projeto.
A
segunda metodologia do dia foi apresentada pela integrante Carolina Buonocore
que falou sobre o Gehl Architects que desenvolve um estudo em que as pessoas em
primeiro lugar para assim fazer com que a cidade seja melhor para elas.
Seguindo a proposta de “Vida – Espaços – Construções” a fim de criar ambientes
seguros, aprazíveis e cheios de vida, cumprindo “um passo de cada vez”.
Carolina também destacou sobre as intervenções realizadas pelo grupo “Curativos
Urbanos” que, de forma lúdica, atraem a atenção das pessoas que circulam pela cidade
ao colocarem “band-aid” nos pontos com problemas e dificuldades das calçadas.
Após
as apresentações deu-se início às conversas, trocas de ideias sobre as
metodologias expostas e outras informações que contou com a participação de
vários outros alunos que comentaram sobre a importância da aplicação de
metodologias e a buscar por outras formas de projetos participativos para que
se estimule a interação e a participação da população nos questionamentos
referentes aos projetos, com a intenção de “ouvir quem pode/deve falar”. A
conversa evoluiu em seguida para uma reflexão sobre a atividade projetual na
própria universidade, incluindo o tipo de ensino fornecido e as metodologias
utilizadas pelos professores. Houve espaço para esclarecimentos sobre o que é o
EMAU, os projetos que estão sendo desenvolvidos e sobre a participação do
Solar no XVII SeNEMAU, que aconteceu em Porto Alegre em julho de 2013.
No
dia 29, o evento iniciou por volta das 18h30 com a exposição de alguns vídeos
do XVI SeNEMAU, realizado em Fortaleza, em 2012 realizado no ano de 2012. Em
seguida, o integrante Leandro Coqueiro começou as apresentações explicando a
respeito do Casanat (Casa – Criação em Arquitetura Sócio-Ambiental, Nat -
Núcleo de Amigos da Terra) que desenvolve uma metodologia participativa que
propiciou uma visão mais abrangente como componente fundamental na qualidade
técnica do projeto, além de proporcionar discussões sobre problemas urbanos e
ampliar a responsabilidade social diante impactos ambientais gerados pela construção
civil.
A
segunda participação do dia ficou por conta dos integrantes Victor Hugo Limeira
e Marília Amorim que mostraram a apresentação realizada durante o XVII SeNEMAU
pelo Escritório equatoriano Al Borde, que de maneira
colaborativa e experimental, trabalha com a disponibilidade dos recursos
sociais ou materiais e une respostas arquitetônicas à percepções subjetivas. Os
integrantes do Solar demonstraram os projetos do Al Borde que foram realizados
em parceria com comunidades e como se desenvolveram.
Após
as apresentações houve a participação dos alunos presentes e da professora
Jussara Nogueira que fez diversos comentários sobre as apresentações e sobre a
importância que a participação da comunidade tem diante dos projetos,
comentando o que o Estatuto da Cidade diz em relação ao que o Plano Diretor
deva seguir e a metodologia de leitura técnica e a leitura comunitária, sendo a
participação, e que se juntam em determinado momento. Além de ter relatado
diversas experiências durante seus projetos realizados. O evento foi finalizado
por volta das 19h50.
A segunda edição foi
realizada na quarta-feira (04/11), iniciou com uma breve introdução sobre a
edição anterior e contou com a apresentação da integrante do EMAU Ana Paula
Branco que abordou como tema “O processo de planejamento participativo através
da Indagação Valorativa”. A metodologia envolve o diálogo para que através que
indagações se chegue as soluções. Além de ser contituída por etapas que são
chamadas de Ciclo dos quatro “D’s”, que se compõe da descoberta (Discovery), do
sonho (Dream), do planejamento (Design) e do destino (Destiny).
O Grupo de
Estudo também contou com a participação da professora Andrea em que fez
diversos questionamentos sobre o EMAU Solar, acrescentou informações sobre os projetos
participativos e experiências vivenciadas. Assim, foi finalizado as edições do “Grupo
de Estudos” com a temática: “Metodologias de Projeto Participativo com
Comunidade”, elaborado pelo EMAU Solar.
O Solar convida a todos para integrar
os próximos momentos a fim de promover debates cada vez mais ricos em
Arquitetura e Urbanismo.
Links:
EMAU Canto - Creche Aprisco:
Processo de Projeto Participativo: Criação em Arquitetura Sócio-ambiental para o Núcleo Amigos da Terra (CASANAT)
Planenjamento Participativo e Desenvolvimento Regional Sustentável: Uma análise do método aplicado na Região Metropolitana de Curitiba (RMC)
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